O Dia que o Rio Parou
O dia em que o Rio de Janeiro parou.
Não sabia que depois de pegar o ônibus embaixo de muita chuva e sob um rio de lama, o tormento ainda estava pra acontecer! Pensava em descer na estação do Metro , mas quem disse que consegui descer. A água já tinha chegado na estação cobrindo os primeiros degraus. Resolvi então seguir viagem de ônibus mesmo embora soubesse que passava em áreas complicadas, escuros e principalmente alagados. Graças a experiência do motorista conseguimos passar com muita dificuldade, era muita chuva o trânsito estava tb um caos. Conseguimos chegar na Av: Maracanã entrando em direção a São Francisco Xavier...Ai ficamos parados sem saber o motivo...Passava que poderia ser algum acidente ou carros enguiçados .Ai ficamos quase duas horas parados, já eram 21horas ,os alunos da UERJ já estavam saindo das aulas. Éramos em 4 mais o motorista. Uma das passageiras resolveu seguir a pé, descendo do coletivo acabou levando uma queda. Víamos as pessoa caminhando descalços com as calças molhadas na altura do joelho e chegamos a conclusão que o Rio Maracanã tinha transbordado. Sem Ter mas nada o que fazer, alem de rezar e atender celular com os parente pedido notícias, começamos a conversar entre si na tentativa da hora e o nervoso passar. A sorte que queríamos todos para o mesmo lugar. Nisso sobe mais uma passageira (Rose) que tentou passar de taxi ,porem sem sucesso, resolver continuar de ônibus. Parecia que algo mais grave tinha acontecido, porem ao chegar mais adiante podemos perceber que tudo estava mesmo alagado , água por todos os lados , e onde não havia alagamento o trânsito era o causador do tormento. Nesse momento mais um senhor entrou no coletivo (Seu João) que seguiu viagem conosco. Conseguimos chegar até o Largo da Segunda-feira por volta das 2 horas da madrugada de Terça-feira Nesse ponto a água estava na altura do joelho de quem se aventurava a seguir viagem a pé e nesse mesmo lugar sem ainda saber iria passar a noite. A fome e sede começou a bater forte e o jeito era pedir a um Bar se poderia trazer algo até o ônibus. Um dos funcionários gentilmente nos serviu de refrigerante e biscoito .O medo e receio de adentrar a água suja era grande , mesmo porque um rapaz já tinha levado um choque o que nos causou um grande susto pois acreditávamos que ele teria sofrido uma crise epiléptica . Na verdade foi um choque no entanto os porteiros de prédios vizinhos conseguiu resgata-lo. E assim a madrugada foi avançando , e para passar o tempo já que não conseguíamos dormir conversávamos , trocamos telefones .... tentávamos orientar as pessoas que andavam pelas águas a não passar perto da área onde o rapaz tinha se acidentado. Ali presenciamos tantas coisas, dois rapazes passaram de bote nos filmando e registrando tudo que viam pela frente. O dia clareou .porem a água não baixava ,pois a chuva dava uma trégua mas quando caia vinha muito forte. Ainda ficamos mais uma hora nesse ponto, era carros na contra mão coletivos fora do seu itinerário , pessoas sem rumo completamente desorientadas.... um terror de verdade. Depois de muito sufoco, fome sono cansaço , e de passar quase 14 horas chegamos no nosso destino
Monica da Costa
Enviado por Monica da Costa em 09/04/2010
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